ETERNIDADE (3) – O TRIBUNAL DE CRISTO – Parte 1

A recompensa preparada para aqueles que são de Cristo será entregue em uma cerimônia oficial chamada na Bíblia de Tribunal de Cristo. Serão analisadas as ações de cada um e entregue os devidos prêmios ou não. É preciso então, conhecer o que espera o cristão na eternidade e se preparar para isso.

Quais características dessa cerimônia.

Será para todos os salvos

A Bíblia diz:

2 Coríntios 5:10

Pois todos nós devemos comparecer perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba de acordo com as obras praticadas por meio do corpo, quer sejam boas quer sejam más.

Todos os salvos comparecerão ao Tribunal de Cristo. Veja que o apóstolo Paulo diz “todos nós”. Então, ele mesmo se incluiu. Teremos o prazer de conhecê-lo, assim como todos aqueles que foram fiéis ao Senhor, cujas vidas nos inspiram.

Esse será o Tribunal de Cristo e não o de Deus, mencionado em Apocalipse. Leia o texto bíblico:

Apocalipse 20:11

E vi um grande trono branco, e o que estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiu a terra e o céu; e não se achou lugar para eles.

A principal diferença entre os dois é que o Tribunal de Cristo é para os salvos e o Juízo Final é para os incrédulos. É importante entender essa diferença, porque ela define o propósito de cada ocasião.

Não será um julgamento para condenação

O Tribunal de Cristo será uma cerimônia de entrega do galardão para os salvos e não o julgamento dos salvos. Isso porque, quem é salvo não precisa ser julgado, pois está livre da condenação. O próprio Jesus disse isso:

João 5:24

Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida.

Devemos entender que o ouvir mencionado neste texto não significa apenas “escutar”, mas, “dar ouvidos”. Quem apenas escuta, obtém informação, apenas fica sabendo. Mas aquele que dá ouvidos, obtém a informação e a coloca em prática. Isso faz toda a diferença.

Ademais, a obra de Cristo na cruz foi única, completa e definitiva. A Bíblia diz:

Colossenses 2:14 (ARA)

Tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz

Quando dizemos que Cristo nos salvou, isso significa que Ele cancelou a nossa dívida, contraída por ocasião do pecado de Adão. Quando o primeiro homem pecou, ele individou toda a sua descendência, a humanidade toda. Por isso que todos somos pecadores.

Cristo veio para resolver essa situação. O que Ele fez foi único, ou seja, foi bem feito. Ele, que viveu sem pecar, se fez pecado por nós e pagou com a sua vida o preço pela libertação de todo aquele que nele crê. O que Ele fez também foi completo, ou seja, não há nada mais a ser feito. Basta crermos nEle e o seguirmos para alcançarmos esse benefício: o cancelamento da nossa dívida. E foi definitivo, pois uma vez que foi feito, foi feito. Deus não vai mudar as regras. Ele aceitou o sacrifício de Cristo em nosso lugar e isso nos dará segurança no dia do seu Tribunal.   

O apóstolo Paulo reforça o conceito de não existir condenação para os salvos. Leia o texto bíblico:

Romanos 8:1

PORTANTO, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito.

Nenhuma condenação, implica em nenhum julgamento! Mas isso é para os que estão em Cristo. Quem são eles? Os que não andam fazendo a sua própria vontade, a vontade da carne, mas a vontade de Deus, através do Espírito Santo. Então, nossa dívida para com Deus foi cancelada, e em contra partida, passamos a viver para Ele, sem condenação.

Será o momento de recebermos o prêmio, de acordo com as nossas obras.

O texto de 2 Coríntios 5:10 diz que seremos avaliados pelas “obras praticadas por meio do corpo”. Veja que ele não diz “obras espirituais”. Portanto, se julgar muito espiritual não é sinônimo de galardão garantido. O que contará naquele dia é o que fazemos com a nossa espiritualidade e não o quanto somos espirituais.

É claro que ser espiritual é importante: ser cheio do Espírito, andar no Espírito, orar, ler a Bíblia. Mas, entenda, isso não é suficiente para o galardão. Veja o que a Bíblia diz:

Efésios 2:10

Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.

O texto é claro e diz que somos salvos para fazer boas obras, ou seja, ter boas ações, bons frutos, boas atitudes, enfim, ser luz neste mundo! Veja, há pessoas que pensam que é necessário fazer boas obras para ser salvo, mas o texto diz o contrário, é preciso ser salvo para fazer boas obras. Porque a salvação não é obtida por mérito humano, as boas obras. Foi obtida pela obra de Cristo na cruz e nos entregue por amor. Dessa maneira, para os salvos, fazer boas obras é reflexo da bondade de Deus revelada nos corações. Por isso, uma boa obra que se possa fazer a uma pessoa, é falar do amor de Deus por ela. É multiplicar aquilo que Deus nos deu.

Jesus ensinou sobre esse assunto na Parábola dos Talentos. Leia o texto comentado:

Mateus 25:14-30

14 – Porque isto é também como um homem que, partindo para fora da terra, chamou os seus servos, e entregou-lhes os seus bens.

Veja que o homem da parábola chamou os seus servos, não qualquer pessoa, e entregou a eles aquilo que lhe pertencia. Jesus, da mesma maneira,  nos chama e entrega da Sua vida. Ele coloca a sua vida em nós. Isso é maravilhoso! Mas o que fazer com isso? Continuamos.

15 – E a um deu cinco talentos, e a outro dois, e a outro um, a cada um segundo a sua capacidade, e ausentou-se logo para longe.

Jesus entrega a cada um de nós segundo a medida da nossa fé. Uns recebem mais de Deus, porque tem muita fé. Outros recebem menos. Mas todos recebem. Mas na sequência não é a quantidade que conta, mas a disposição de multiplicar o que recebeu. Continue lendo.

16 – E, tendo ele partido, o que recebera cinco talentos negociou com eles, e granjeou outros cinco talentos.

17 – Da mesma sorte, o que recebera dois, granjeou também outros dois.

18 – Mas o que recebera um, foi e cavou na terra e escondeu o dinheiro do seu senhor.

Aqui a questão é multiplicação x retenção e não multiplicação x perda. O servo não perdeu o que recebeu, mas reteve o que recebeu.

19 – E muito tempo depois veio o senhor daqueles servos, e fez contas com eles.

O que nos foi dado prestaremos conta no Tribunal de Cristo, quando ele voltar.

20 – Então aproximou-se o que recebera cinco talentos, e trouxe-lhe outros cinco talentos, dizendo: Senhor, entregaste-me cinco talentos; eis aqui outros cinco talentos que granjeei com eles.

21 – E o seu senhor lhe disse: Bem está, servo bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor.

22 – E, chegando também o que tinha recebido dois talentos, disse: Senhor, entregaste-me dois talentos; eis que com eles granjeei outros dois talentos.

23 – Disse-lhe o seu SENHOR: Bem está, bom e fiel servo. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor.

É isso que acontecerá no Tribunal de Cristo. A recompensa. A coroa. O reconhecimento. Não importa a quantidade, mas a atitude de multiplicar.

24 – Mas, chegando também o que recebera um talento, disse: Senhor, eu conhecia-te, que és um homem duro, que ceifas onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste;

25 – E, atemorizado, escondi na terra o teu talento; aqui tens o que é teu.

Qual foi o problema desse servo? Ele sabia o que tinha que ser feito. Mas teve medo de se comprometer. Ser ousado. Preferiu o comodismo: enterrar o que era do seu senhor. O que o seu senhor pensou dessa atitude.

26 – Respondendo, porém, o seu senhor, disse-lhe: Mau e negligente servo; sabias que ceifo onde não semeei e ajunto onde não espalhei?

27 – Devias então ter dado o meu dinheiro aos banqueiros e, quando eu viesse, receberia o meu com os juros.

Veja, ele não fez nem o básico!  

28 – Tirai-lhe pois o talento, e dai-o ao que tem os dez talentos.

29 – Porque a qualquer que tiver será dado, e terá em abundância; mas ao que não tiver até o que tem ser-lhe-á tirado.

30 – Lançai, pois, o servo inútil nas trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes.

O servo negligente não recebeu o galardão. Se ele tivesse multiplicado, granjeado apenas mais 1, teria recebido igual recompensa, pois o que conta não é a quantidade, mas a disposição de multiplicar.

Paremos por aqui e vamos refletir sobre isso. Temos recebido de Deus inúmeras bençãos, e a maior delas é o cancelamento da nossa dívida para com Deus. Esse cancelamento não obtivemos por nosso mérito, mas recebemos de Cristo. Ele conquistou na cruz e nos entregou. O que faremos com isso? Esconderemos ou multiplicaremos? Ficará só para nós ou passaremos a diante?

Um dia, como salvo, você estará diante do Tribunal de Cristo. Não queira estar no outro julgamento, o do Trono Branco, lá a situação será totalmente diferente. O que você precisa decidir hoje é se receberá a recompensa ou não? Será que estará tudo bem se não recebe-la? Convido você a ler a 2ª parte dessa mensagem.